Antônio de Alcântara Machado

Antônio de Alcântara Machado

Edifício São Vito

Edifício São Vito

IMAGENS

Manifestação durante a Revolta da Vacina

Manifestação durante a Revolta da Vacina

Charge crítica à vacinação obrigatória

Charge crítica à vacinação obrigatória

Charge retratando a revolta da vacina

Charge retratando a revolta da vacina

Cortiço - Rio de Janeiro 1906.Visc. do Rio Branco. Glória

Cortiço - Rio de Janeiro 1906.Visc. do Rio Branco. Glória

João do Rio

João do Rio

Aluísio Azevedo

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Benjamin, Simmel, Bordieu, Barthes e a moda na Sociologia Contemporânea

Os estudos sobre a moda não visam apenas à reflexão estética, o belo. A questão que subjaz à moda reflete a capacidade transformadora, expressa pela via estética, de demonstração de que o novo contradiz o velho. O estudo da moda é também o estudo do comportamento humano e social, da história. Benjamin usa a moda como alegoria do mundo moderno, assim como o farão outros célebres intérpretes da Sociologia Contemporânea. Aí vão algunas indicações primárias sobre o estudo da moda na Sociologia.

Benjamin, Walter. Moda. In Benjamin, Walter. Passagens. Editora UFMG/Imprensa Oficial do Estado de São Paulo: Belo Horizonte/São Paulo, pp. 101-121, [1982]2007.

Simmel, Georg. Filosofia da Moda e outros escritos. Edições Texto & Grafia: São Paulo.

BOURDIEU, Pierre. Condição de classe e posição de classe, A economia das trocas simbólicas. Perspectiva: São Paulo, pp. 3-25, 1974.

Bordieu, Pierre. As regras da arte. Cia das Letras: São Paulo, 1996.

BARTHES, Roland. Sistema da moda. EDUSP: São Paulo,1979.

Eric Hobsbawn - A Era do Capital (1848-1875)

A trilogia de Hobsbawn constitui um dos marcos do pensamento marxista europeu e se tornou fundamntal em qualquer estante de Ciências Sociais. A trilogia se inicia com o antológico "A era das revoluções", circunscrevendo o período inicial de transformações que definirá a superação definitiva do antigo regime monárquico absolutista, da economia feudal e do modelo de estratificação social estamental. O texto tem início com a Revolução Francesa e termina com a eclosão da chamada Primavera dos Povos, de 1848. O segundo livro da trilogia é "A era do capital", que tem início com a derrocada do movimento socialista internacionalista originado em 1848 que, para o autor, foi a primeira e única Revolução socialista na história da humanidade. Seu caráter internacional e popular a distingue dos demais movimentos chamados de revolucionários de caráter socialista que se fizeram em um só país e coordenados por elites intelectuais e partidárias dos países periféricos. A primavera dos Povos, foi a primeira e última Revolução socialista de perfil internacionalista que ocorreu nos países centrais capitalistas. A derrota dos socialistas, entretanto, levou a uma regressão significativa do movimento revolucionário e, como consequência, inaugurou a absoluta hegemonia burguesa, terminando o período de transição inaugurado com as revoluções do século XVIII. À era do capital seguiria a "Era dos Impérios", marcando o fim da pax britânica no século XIX e do capitalismo concorrencial, dando ensejo ao surgimento do capital monopolista e dos impérios, em face do início de um período de conflitos internacionais entre as grandes potências europeias incitado pela entrada de duas novas nações na disputa pelos mercados e colônias, a Alemanha e a Itália unificadas. Os conflitos regionais, inaugurados com a guerra franco-prussina, com a guerra da Tunísia e do Marrocos, se expande até o conflito aparentemente derradeiro iniciado em 1914, a I Guerra Mundial. Escrito muitos anos depois de lançada a trilogia antológica, Hobsbawn publicou ainda um quarto livro, "A era dos extremos", focalizando a bipolaridade do século XX inaugurada em função das decorrências hegemônicas dos pós-guerras. Este livro poderia, sem prejuízo, ser colocado ao lado dos demais, como se compusesse o mesmo projeto de definição dos marcos históricos, políticos, sociais e econômicos da Europa desde o século XVIII.
Em "A era do capital" há um capítulo que compõe, juntamente com seu livro "trabalhadores", um panorama ilustrativo da vida nos bairros operários e nas cidades industriais européias em face das consequências da Revolução Industrial: "A cidade, a indústria, a classe trabalhadora", e ainda o capítulo seguinte, que compõe uma unidade, "O mundo burguês". Esses capítulos do texto de Hobsbawn podem ajudar na contextualização histórica dos temas tratados por Benjamin e Engels sobre as cidades industriais e sobre a vida dos trabalhadores e da burguesia no século XIX.
Aí vai a referência completa:

Hobsbawn, Eric. A era do capital(1848-1975). Paz e Terra: São Paulo, 13ª ed.,[1977]2007.

Marshal Berman - Tudo que é sólido desmancha no ar

Texto clássico sobre a modernidade e o marxismo, Berman dedica uma parte e vários capítulos de seu "Tudo que é Sólido desmancha no ar" a analisar a Sociologia Urbana presente nos textos de Baudelaire. Por isso mesmo é uma excelente obra de apoio à leitura do próprio Baudelaire e também do Walter Benjamin. A parte traz o tema inscrito em seu título "Baudelaire: o modernismo nas ruas", indicando o percurso teórico assumido pelo autor. É também bastante interessante para os estudos urbanos a quarta parte do mesmo livro, intitulada "Petersburgo: o modernismo do subdesenvolvimento". Berman coloca em campos antagônicos o modelo urbano assumido pela Paris burguesa e aquele assumido pela periferia do capitalismo. É importante para a reflexão sobre os limites do desenvolvimento impostos pela posição periférica e dependente, por isso mesmo é relevante para os estudos urbanos no Brasil. Neste sentido, se aproxima da clássica tese de Lenin sobre a formação do capitalismo na Rússia, tão explicativa e exemplar para a reflexão sobre os processos de mudança vivenciados na transição do Brasil agrário para o urbano e industrial.
Aí vai a referência completa:
Berman, Marshal. Baudelaire: o modernismo nas ruas. In Barman, Marshal. Tudo que é sólido desmancha no ar. Cia. das Letras: São Paulo, coleção Cia. de Bolso, parte 3, caps 1-5, pp.158-204, [1982]2007.

Berman, Marshal. Petersburgo: o modernismo do subdesenvolvimento. In Barman, Marshal. Tudo que é sólido desmancha no ar. Cia. das Letras: São Paulo, coleção Cia. de Bolso, parte 4, caps 1-3, pp.204-336, [1982]2007.

O livro todo está disponível para download na seção Textos deste Blog.

George Orwell - O caminho para Wigan Pier

O texto de Orwell "O caminho para Wigan Pier" é constituído de duas partes relativamente distintas. A primeira é uma excelente etnografia de observação participante que relata o dia-a-dia dos trabalhadores nas minas de carvão do norte da Inglaterra em 1934. O texto lembra muito o "Germinal" de Zola, o panorama, embora cerca de um século depois, é praticamente o mesmo, o que corrobora as teses dos socialistas científicos, demonstrando que o progresso não leva à superação definitiva das contradições originais expressas no processo de produção sob o modo de produção capitalista. A obra é belíssima, possui um grande apelo político e ideológico, demonstrando que os trabalhadores continuavam submissos e alienados, mesmo em face das profundas transformações ocorridas desde o século XIX. O texto é lembrado por José Paulo Neto no prefácio à obra de Engels - A situação da classe trabalhadora na Inglaterra, edição da Boitempo - como exemplar da vida dos trabalhadores descrita pelo intelectual revolucionário alemão. É ilustrativo e promove e estimula a reflexão crítica. Vale a Pena.
Já a segunda parte do texto é uma crítica sarcástica e divertida aos intelectuais revolucionários de classe média. Lembra, embora respeitadas as características literárias do texto de Orwell, os argumentos do velho Lenin no antológico "Esquerdismo, doença infantil do comunismo". Vale a pena ler, embora trate mais de questões filosófico conceituais sobre o socialismo que propriamente da questão etnográfica urbana, como na primeira parte do ensaio.
Aí vai a referência completa:
Orwell, George. O caminho para Wigan Pier. Cia. das Letras: São Paulo, [1937]2010.

Roger-Henri Guerrand - Espaços Privados

O texto de Roger-Henri Guerrand é um excelente estudo sobre a vida privada e os espaços de convívio doméstico na França do século XIX. É um texto excelente para contextualizar os novos padrões burgueses de vida que surgem na segunda metade do século XIX. O artigo está na coleção "História da Vida Privada", publicada por Georges Duby e Philippe Ariès, volume 4. O título do artigo é "Espaços Privados". Junto com o texto sobre as formas de morar de Michelle Perrot, compõe um brilhante panorama histórico a partir do qual se estrutura a nova sociedade burguesa que surge a partir, especialmente, da chamada Era do Capital.
Segue a referência completa:
Guerrand, Roger-Henri. Espaços privados. In Duby, Georges & Ariès, Philippe. História da vida privada. Cia. das Letras: São Paulo, coleção Companhia de Bolso, vol. 4, parte 3, pp. 302-387, [1987]2009.

Michelle Perrot - Maneiras de morar

Um clássico do pensamento social francês, a coleção em cinco volumes "História da vida privada", organizada por Georges Duby e Philippe Ariés, apresenta um magnífico retrato da evolução das formas e estilos de vida privada no transcorrer do tempo, desde a antiguidade até o século XX. Sugiro, como leitura complementar aos textos de Walter Benjamin, dois artigos constantes da coletânea inscrita no volume 4 - Da Revolução Francesa à Primeira Guerra - da coleção. O primeiro artigo sugerido tem como título "Maneiras de Morar", de Michele Perrot, que, diga-se de passagem, escreve a maioria dos textos do volume. Perrot tem um texto brilhante, agradável e fluido. O artigo citado, ao lado de outros que compõem o volume, se tornou um clássico dos estudos sobre a modernidade em Paris. Por isso mesmo descreve muito bem um panorama da França do XIX ao lado de "Paris, capital do século XIX" e "A Paris do II Império em Baudelaire", trechos iniciais da obra das Passagens de Benjamin. Leiam, é interessante e agradabilíssimo. Aí vai a referência completa:
Perrot, Michelle. Maneiras de morar. In Ariés, Philippe & Duby, Georges (org.).História da vida privada: da Revolução Francesa à Primeira Guerra. Cia. das Letras: São Paulo, vol. 4, parte 3, pp. 284-302, [1987]2009.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Programa de Disciplina: Sociologia Urbana

Universidade Federal da Paraíba
Centro de Ciências Humanas Letras e Artes
Programa de Pós-Graduação em Sociologia



PROGRAMA

Disciplina: Sociologia Urbana

Docente: Prof. Dr. José Henrique Artigas de Godoy

Período: 2010.1

Horário: sextas-feiras das 14:00 às 18:00 hs.

Objetivos:

Desde o início do século XIX uma ampla e heterogênea agenda de pesquisas sobre as grandes cidades redundou na consolidação, no campo da nascente Sociologia, dos estudos urbanos. Os estudos sobre as cidades derivaram dos mesmos condicionantes histórico-estruturais que abriram caminho para o surgimento e posterior institucionalização da Sociologia, marcados pela ruptura com o passado estamental, em função da constituição das grandes cidades e das modernas classes sociais. As grandes metrópoles à época, Londres e Paris, tornaram-se símbolos da modernidade e do novo modelo de desenvolvimento humano e material. Os ensaios clássicos sobre as grandes cidades abriram caminho para uma reflexão que se tornou, ainda no começo do século XX, acadêmica e sistemática, dando ensejo à consolidação de um campo intelectual multidisciplinar focado na reflexão sobre o fenômeno urbano. O objetivo central da disciplina passa pelo esforço de revisão crítica das principais escolas de pensamento que se debruçaram sobre o estudo das grandes cidades. A partir da exposição dos principais intérpretes e escolas de pensamento e de suas metodologias particulares de análise, buscar-se-á definir as contradições inauguradas com a modernidade e que, em face das novas configurações globais contemporâneas, vem ganhando formatos diferenciados. Em face disto, estudiosos de todo o mundo vêm propondo formas de observação marcadas pela inovação em relação aos estudos dos séculos XIX e XX.

Ementa:

A construção das cidades no mundo moderno e suas contradições. As metodologias de análise do urbano a partir de abordagens clássicas e contemporâneas. O fenômeno urbano, a espoliação urbana e os processos de segregação, periferização e favelização das grandes cidades. Os estudos sobre cidades no Brasil. Os desenhos das políticas públicas voltadas para as grandes cidades. Os enclaves fortificados e as perspetivas contemporâneas de planejamento e desenvolvimento das grandes cidades. As cidades globais e o futuro da urbe no mundo contemporâneo.

Avaliação:
O conceito final derivará de um conjunto de avaliações com pesos diferenciados. O peso maior, dois, será dedicado ao trabalho/artigo final, a ser entregue, impreterivelmente, até a última semana de aula. Com peso um, serão realizadas provas de verificação de leitura a serem aplicadas aleatoriamente no início das aulas. Além dessas avaliações, será também levada em consideração a frequência e participação dos alunos em sala de aula.

Metodologia:
Todas as aulas serão expositivas. Ao final de cada etapa, a depender do professor, será disponibilizado tempo para questões dos alunos, as quais deverão ser feitas com objetividade e brevidade, privilegiando o debate com a turma.

MÓDULO 1 – Os estudos clássicos sobre a questão urbana


Aula 1 – 19/03 – Apresentação do curso, dos autores e da bibliografia

DIA 26/03 – NÃO HAVERÁ AULA

DIA - 02/04 – NÃO HAVERÁ AULA

Aula 2 – 09/04 - A era do capital: modernidade e contradições de classe na Inglaterra do imediato pós-Revolução industrial

Bibliografia indicada

Engels, Friedrich. A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. Global: São Paulo, cap. “O proletariado industrial” e cap. “As grandes cidades”, p. 31 a 89, 1986.

Bresciani, Maria Stella M.. Londres e Paris no século XIX: o espetáculo da pobreza. Brasiliense: São Paulo, coleção Tudo é História, 5ª ed., 1989.

Aula 3 – 16/04 – Paris capital do século XIX

Bibliografia indicada

Benjamim, Walter – Paris, capital do século XIX. In Kothe, Flávio (org.). Walter Benjamim. Ática: São Paulo, coleção grandes cientistas sociais, p. 30 a 43, 1985.

Benjamim, Walter – A Paris do segundo Império em Baudelaire. In Kothe, Flávio (org.). Walter Benjamim. Ática: São Paulo, coleção grandes cientistas sociais, p. 44 a 122, 1985.

Aula 4 – 23/04 – Conceitos e categorias da cidade

Bibliografia indicada

Weber, Max – Conceito e categorias da cidade. In Velho, Octávio Guilherme (org.). O fenômeno urbano. Zahar: Rio de Janeiro, 4ª ed., p. 68 a 89, 1979.

Simmel, Georg. As grandes cidades e a vida do espírito. In Revista Mana nº 11, vol. 2. p. 577 a 591, Rio de Janeiro, 2005.

Aula 5 – 30/04 – O fenômeno Urbano: a escola de Chicago

Bibliografia indicada

Park, Robert. A cidade: sugestões para a investigação do comportamento humano no meio urbano. In Velho, Octávio Guilherme (org.). O fenômeno urbano. Guanabara: Rio de Janeiro, 4ª ed., p. 26 a 67, 1987.

Wirth, Louis. O urbanismo como modo de vida. In Velho, Octávio Guilherme (org.). O fenômeno urbano. Guanabara: Rio de Janeiro, 4ª ed., p. 90 a 113, 1987.

Aula 6 - 07/05 – Estruturalismo, marxismo e a escola Francesa de Sociologia Urbana

Bibliografia indicada

Castells, Manuel. A questão urbana. Paz e Terra:São Paulo, 2000.

Lefébvre, Henri. O direito à cidade. Série Documentos: São Paulo, 1969.


MÓDULO 2 – A Sociologia Urbana no Brasil


Aula 7 – 14/05 – Do rural e do urbano no Brasil

Bibliografia indicada

Queiroz, Maria Isaura Pereira de. Do rural e do urbano no Brasil. In: Szmrecsányi, Tamás & Queda, Ariosvaldo. Vida rural e mudança social. Cia. Ed. Nacional: São Paulo, p.46 a 67, 1973.

Fernandes, Florestan – Anotações sobre o capitalismo agrário e a mudança social no Brasil. In: Szmrecsányi, Tamás & Queda, Ariosvaldo. Vida rural e mudança social. Cia. Ed. Nacional: São Paulo, 3ª ed., p. 105 a 120, 1979.

Aula 8 – 21/05 – Etnografias urbanas: a escola de Chicago e suas influências no Brasil

Bibliografia indicada

Pierson, Donald. Teoria e Pesquisa em Sociologia. Melhoramentos: São Paulo, 11ª ed., caps. VII, VIII e XXI, 1968.

Mendoza, Edgar S. G.. Donald Pierson e a escola sociológica de Chicago no Brasil: os estudos urbanos na cidade de São Paulo (1935-1950)

Aula 9 – 28/05 – De vila à metrópole: Rio de Janeiro

Azevedo, Aluísio. O cortiço. Martin Claret: São Paulo, 2007.

Rio, João do. A alma encantadora das ruas. Cia. Das Letras: São Paulo, 2008.

Aula 10 – 04/ 06 – Modernização e conflitos urbanos

Sevcenko, Nicolau. A revolta da vacina: mentes insanas e corpos rebeldes. Brasiliense: São Paulo, 1984
.
Machado, Alcântara. Brás, Bexiga e Barra Funda. Imprensa Oficial do estado: São Paulo, 1983.

Aula 11 – 11/06 – A casa e a rua

Freyre, Gilberto. Sobrados e Mucambos: decadência do patriarcado rural do Brasil e desenvolvimento urbano. José Olympio: Rio de Janeiro, 2ª ed., 3 vol., cap. II, “o engenho e a praça; a casa e a rua”, p. 30 a 66, 1951.

DaMatta, Roberto. O que faz do brasil Brasil. Rocco: Rio de Janeiro, 3ª ed., cap. 2, “A casa, a rua e o trabalho”, p. 23 a 33, 1989.

Aula 12 – 18/06 - A metrópole moderna

Wilheim, Jorge. A metropolização da cidade de São Paulo. In Fernandes, Florestan. Comunidade e Sociedade no Brasil. Cia. Ed. Nacional: São Paulo, 2ª ed., p. 203 a 217, 1975.

Bonduki, Nabil Georges. Origens do problema da habitação popular e São Paulo. In Espaço e Debates, Revista de estudos regionais e urbanos, ano 2, nº 5, São Paulo, 1982.

Aula 13 – 25/06 - A espoliação urbana e os movimentos sociais na metrópole

Kowarick, Lúcio. O preço do progresso: crescimento econômico, pauperização e espoliação urbana. In Kowarick, Lúcio (org.). Cidade, povo e poder. Paz e Terra: São Paulo, 2ª ed., p. 30 a 49, 1985.

Moisés, José Álvaro. O Estado, as contradições urbanas e os movimentos sociais. In Kowarick, Lúcio (org.). Cidade, povo e poder. Paz e Terra: São Paulo, 2ª ed., p. 30 a 49, 1985.


MÓDULO 3 – A cidade contemporânea


Aula 14 – 02/07 – Enclaves fortificados e a urbe contemporânea

Caldeira, Teresa Pires do Rio. Crime, segregação e cidadania em São Paulo. EDUSP/Ed. 34: São Paulo, 2ª ed., parte III, “Segregação urbana, enclaves fortificados e espaço público”, p. 211 a 343, 2008.

Davis, Mike. Cidade de Quartzo. Boitempo: São Paulo, cap. 3, “Revolução feita em casa”, p. 169 a 235, 2009.

Aula 15 – 09/07 – A cidade global

Bibliografia indicada

Sassen, Saskia. The Global city. Princeton University Press: New Jersey, 1994.

Bibliografia complementar

Bastide, Roger. Rio de Janeiro e São Paulo em contraste. In In Fernandes, Florestan. Comunidade e Sociedade no Brasil. Cia. Ed. Nacional: São Paulo, 2ª ed., p. 252 a 259, 1975.

Benjamin, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. Brasiliense: São Paulo, obras escolhidas vol. 1, 7ª ed., cap. “A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica”, p. 165 a 198, 1994.

Benjamin, Walter. Passagens. Ed. UFMG/Imprensa Oficial do Estado: São Paulo, 2007.

Berman, Marshall. Tudo que é sólido desmancha no ar. Cia. Das Letras: São Paulo, parte III, “Baudelaire: o modernismo nas ruas”, p158 a 196.

Bolle, Willi. Fisiogonia da metrópole moderna: representação da história em Walter Benjamim. Edusp: São Paulo, 1994.

Caldeira, Teresa Pires do Rio. A política dos outros: o cotidiano dos moradores da periferia e o que pensam do poder e dos poderosos. Brasiliense: São Paulo, 1984.

Castells, Manuel. Problemas de investigação em sociologia urbana. Presença: Lisboa, 3ª ed., cap .2, “O que é a sociologia urbana”, 1984.

Curelaru, Maria & Eisenstadt, Shmuel. O desenvolvimento da sociologia nos Estados Unidos. In Willey, John. The form of Sociology: paradigms and crises. Columbia University Press: New York, 1976, pp. 22-24, 27, 29-30, 40-43 e notas pp. 129-134, 145-147, traduzido, seleionado e adaptado por Mário A.Eufrásio, Departamento de Sociologia da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP).

Coulon, Alain. A escola de Chicago. Papirus: São Paulo, 1988.

DaMatta, Roberto. Carnavais, malandros e heróis: para uma sociologia do dilema brasileiro. Rocco: Rio de Janeiro, cap. II, “carnaval em múltiplos planos”, p. 90 a 157, 1997.
Sevcenko, Nicolau. Orfeu extático na metrópole. Cia. Das Letras: São Paulo, 1982.

Duham, Eunice Ribeiro. A sociedade vista da periferia. In Duham, Eunice Ribeiro. A dinâmica da cultura. Cosac & Naify: São Paulo, p. 377 a 407, 2004.

Duham, Eunice Ribeiro. A sociedade vista da periferia. In Duham, Eunice Ribeiro. A dinâmica da cultura. Cosac & Naify: São Paulo, p. 377 a 407, 2004.

Davis, Mike. Planeta favela. Boitempo: São Paulo, 2006.

Eufrásio, Mário A .. Estrutura urbana e ecologia humana: a Escola Sociológica de Chicago (1915-1940). PPGS-USP/Ed. 34: São Paulo, 1999.

Frúgoli Jr., Heitor. O urbano em questão na antropologia: interfaces com a sociologia. In Revista de Antropologia, USP, vol. 48, nº1, São Paulo, 2005.

Guerrand, Roger-Henri. Espaços privados. In Duby, Georges & Ariès, Philippe. História da vida privada. Cia. Das Letras: São Paulo, vol. 4, parte III, p. 302 a 386, 2009.

Himkle, Gisela & Hinkle, Roscoe C.. A fundação da sociologia norte-americana (1905-1918). In Himkle, Gisela & Hinkle, Roscoe C.. The development of modern sociology: in nature and growth in the United States. Doubleday: Garden City (New York), 1954, traduzido por Mário A.Eufrásio, Departamento de Sociologia da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP).

Hobsbawm, Eric. Os trabalhadores: estudos sobre a história do operariado. Paz e Terra: Rio de Janeiro, cap. 5, “O padrão de vida inglês de 1790 a 1850” e cap. 6,”A história e 'As satânicas fábricas escuras'”, p. 72 a 133, 1981.

Hobsbawm, Eric. A era do capital. Paz e Terra: Rio de Janeiro, 3ª ed., Introdução e Cap 1, “A primavera dos povos”, p. 21 a 46, 1982.

Hobsbawm, Eric. A era do capital. Paz e Terra: São Paulo, 13ª ed., 3ª parte, cap. 12, “A cidade, a indústria, a classe trabalhadora”, cap. 13, “O mundo burguês”, p. 291 a 349, 2007.

Hochman, Gilberto. A era do saneamento. Hucitec/ANPOCS: São Paulo, 1998.

Kothe, Flávio. Poesia e proletariado: ruínas e rumos da história. Ática: São Paulo, coleção grandes cientistas sociais, apresentação, p. 7 a 27, 1985.

Kowarick, Lúcio. A espoliação urbana. Paz e Terra: Rio de Janeiro, 1979.

Kowarick, Lúcio. Escritos urbanos. Ed. 34: São Paulo, 2000.

Martins, José de Souza. Subúrbio: vida cotidiana e história no subúrbio da cidade de São Paulo: São Caetano, do fim do Império ao fim da República Velha. HUCITEC/Prefeitura de São Caetano do Sul, São Paulo e São Caetano do Sul, 1992.

Mussolini, Gioconda. Persistência e mudança em “comunidades de folk”. In Fernandes, Florestan. Comunidade e Sociedade no Brasil. Cia. Ed. Nacional: São Paulo, 2ª ed., p. 73 a 81, 1975.

Le Corbusier. Carta de Atenas

Lévi-Strauss, Claude. Antropologia estrutural (vol.2).

Lévi-Strauss, Claude. Tristes trópicos. Cia. Das Letras: São Paulo, 3ª parte, “O novo mundo”, p.69 a 103, 1996.

Lopes, Juarez Brandão. Desenvolvimento econômico e urbanização no Brasil. In Lopes, Juarez Brandão. Desenvolvimento e mudança social. Cia. Ed. Nacional: São Paulo, p. 3 a 83, 1980.

Magnani, José Guilherme Cantor. Festa no pedaço: cultura popular e lazer na cidade. Brasiliense: São Paulo, 1984.

Magnani, José Guilherme Cantor. De perto e de dentro: notas para uma etnografia urbana. In Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol 17, nº 49, p. 11 a 29, São Paulo, 2002.

Perrot, Michele. Maneiras de morar. In Duby, Georges & Ariès, Philippe. História da vida privada. Cia. Das Letras: São Paulo, vol. 4, parte III, p. 284 a 301, 2009.

Pierson, Donald. Teoria e Pesquisa em Sociologia. Melhoramentos: São Paulo, 11ª ed., cap. VII, VIII e XXI, 1968.

Poe, Edgar Allan. O homem na multidão. In Poe, E. Allan. Poesia e Prosa. Globo: Porto Alegre, vol. 2, 1944.

Pierson, Donald. Cruz das Almas. José Olympio: Rio de Janeiro, 1966.

Queiroz, Maria Isaura Pereira de. Bairros Paulistas. Duas Cidades: São Paulo, 1973.

Rolnik, Raquel & Kowarick, Lúcio & Somekh, N. (coord.) São Paulo: crise e mudança. Brasiliense/SEMPLA: São Paulo, 1990.

Rolnik, Raquel & Frúgoli Jr., Heitor. Reestruturação urbana da metrópole paulistana: a Zona Leste como território de rupturas e permanências”. In Cadernos Metrópole, vol. 6, p. 55 a 83, São Paulo, 2001.

Singer, Paul. Desenvolvimento econômico e evolução urbana. Cia. Ed. Nacional/EDUSP: São Paulo, 1968.

Waizbort, Leopoldo. As aventuras de Georg Simmel. Edusp/Ed.34: São Paulo, 2000.

Willems, Emilio. Cunha: tradição e transição em uma cultura rural do Brasil. Secretaria da Agricultura, São Paulo, 1947.

Zaluar, Alba. A máquina e a revolta: as organizações populares e o significado da pobreza. Brasiliense: São Paulo, 1985.

domingo, 21 de março de 2010

Edição Brasileira de Passagens

Willi Bolle, um dos mais renomados intérpretes de Walter Benjamin no Brasil, apresenta o autor no lançamento da edição da obra das Passagens, fruto de um monumental esforço de organização, catalogação e tradução. O resultado é brilhante. Acompanhem o vídeo:

http://mais.uol.com.br/view/170190

quarta-feira, 17 de março de 2010

CIDADES

O Blog Cidades visa contribuir para disseminar informações e críticas sobre a temática das cidades.

terça-feira, 9 de março de 2010

Engels e a etnografia dos trabalhadores da Inglaterra

O texto clássico dos clássicos da Sociologia Urbana, "A situação da classe trabalhadora na Inglaterra", escrito nos últimos meses de 1844 e publicado pela primeira vez no início de 1845, é um marco metodológico de estudo social e antropológico. Friedrich Engels realiza o estudo a partir de viagens feitas de 1842 a 1844 pelos principais bairros operários das cidades industriais do Reino Unido, a exemplo de Londres, Manchester, Liverpool, Leeds, Bristol,Birminghan, Glasgow, entre outras. O foco do autor reside na verificação empírica da vida cotidiana dos trabalhadores das fábricas e minas de carvão inglesas. É um estudo inaugural. Embora não tenha sido o primeiro a retratar a situação dos trabalhadores industriais, foi o primeiro a utilizar uma metodologia de observação direta e "participante" - coloco entre aspas visto que há alguns critérios contemporâneos de definição desta metodologia que não constam dos critérios de trabalho empreendidos por Engels -. Além da inovação metodológica, que inaugura os estudos sistemáticos sobre as cidades industriais e os estudos etnográficos urbanos, Engels apresenta um quadro teórico, que surge por entre os dados empíricos, que denuncia a formação e o reconhecimento da classe em si e indica a tendência à formação de uma consciência de classe que dará ensejo à formação de uma classe para si, tornando a classe trabalhadora organizada e consciente de seu papel histórico e transformador. Engels chegou à Inglaterra em 1842, logo após os primeiros incidentes proto-revolucionários e a primeira greve geral da história da humanidade. O ambiente de organização e consolidação das trade-unions, os primeiros sindicatos com organicidade, e os discursos revolucionários, que passavam a constar do dia-a-dia da classe trabalhadora, influenciaram os movimentos contestadores e mudancistas na Inglaterra, assim como estimularam o processo revolucionário francês, que se inicia com os incidentes de Lyon e, mais tarde, já sob os ausícios da dupla recém formada Marx-Engels, darão força para a eclosão da Revolução de 1848, a chamada Primavera dos Povos.
O trabalho de Engels foi fundamental para a reunião definitiva dos dois mais importantes intérpretes do novo socialismo que se gestava na Europa e que se tornará hegemônico junto aos revolucionários, o socialismo científico, marcado pela observação sistemática, rigorosa e pelo olhar arguto sobre a realidade tal qual ela se apresenta, reforçando os princípios do materialismo histórico e dialético. É bom lembrar que enquanto Engels produzia "A situação...", Marx escrevia os Manuscritos Econômico-Filosóficos. Embora ainda não tivessem se reencontrado em Paris, os dois autores demonstram, em seus textos, a estreita similitude de argumentos, que levará, ainda em 1845, à união de ambos em um mesmo projeto teórico-revolucionário. A práxis revolucionária começa a ganhar forma definida a partir, principalmente, da publicação a quatro mãos d'A ideologia Alemã e d'O Manifesto Comunista. 1844 e 1845, portanto, foram anos-chave para a construção metodológica e empírica do movimento socialista e do que hoje conhecemos como obra marxiana.
Por tudo isto e, também, pela linguagem fluida e dinâmica, esclarecedora e criteriosamente descritiva, A Situação é texto prá lá de obrigatório para todos os que pretendem refletir sobre a Sociologia Urbana e sobre a modernidade capitalista na qual estamos inseridos. Mais que explicar a situação dos trabalhadores ingleses no século XIX, o texto auxilia na reflexão sobre os trabalhadores do século XX. Não só na Inglaterra, mas sobre os trabalhadores de todo o mundo.

Contradições urbanas

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Honoré Daumier

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